Oluwatosin Tolulope Ajidahun esclarece que, embora a resistência insulínica seja amplamente conhecida por seu impacto no metabolismo e no risco de diabetes tipo 2, seus efeitos na fertilidade feminina são igualmente relevantes. Esse distúrbio ocorre quando as células do corpo perdem a capacidade de responder adequadamente à insulina, hormônio responsável por controlar os níveis de glicose no sangue. Como consequência, o organismo precisa produzir mais insulina para obter o mesmo efeito, gerando um ambiente metabólico inflamatório que afeta diretamente a função ovariana.
A resistência insulínica está associada a alterações hormonais que dificultam a ovulação regular, tornando a concepção mais difícil. É especialmente comum em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP), mas também pode ocorrer em pacientes sem esse diagnóstico formal, particularmente em contextos de sobrepeso, obesidade ou histórico familiar de diabetes.
Resistência insulínica: impactos hormonais que comprometem a ovulação
Para Tosyn Lopes, o principal elo entre resistência insulínica e infertilidade está na produção exagerada de andrógenos, hormônios masculinos que, em níveis elevados, atrapalham o desenvolvimento folicular. Esse excesso de insulina estimula os ovários a produzirem mais testosterona, o que desregula o eixo hormonal responsável pela maturação e liberação dos óvulos.

Ademais, o desequilíbrio afeta a secreção de LH e FSH, hormônios fundamentais para o ciclo reprodutivo. A consequência mais comum é a anovulação, quando não ocorre a liberação do óvulo, ou a ovulação irregular, com ciclos longos e imprevisíveis. Esses fatores reduzem as chances de gravidez natural e podem ser agravados com o tempo se não houver uma intervenção adequada.
Sintomas e diagnóstico precoce
Tosyn Lopes observa que os sinais da resistência insulínica nem sempre são evidentes. Muitas pacientes só descobrem a condição durante a investigação da infertilidade. Entre os sinais clínicos mais comuns estão a irregularidade menstrual, a presença de acne, aumento de pelos em regiões incomuns e dificuldade para emagrecer, mesmo com dieta controlada.
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, como a curva glicêmica com dosagem de insulina e a insulina em jejum. Em alguns casos, é possível identificar também alterações nos níveis de hemoglobina glicada e lipídios. Quanto mais cedo a condição for identificada, maiores as chances de reverter os efeitos negativos sobre a fertilidade e a saúde geral da mulher.
Abordagens terapêuticas eficazes
Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, o tratamento da resistência insulínica é multidisciplinar. O pilar central é a mudança no estilo de vida, com foco na reeducação alimentar, prática regular de exercícios físicos e redução do estresse. Essas medidas têm impacto direto na sensibilidade à insulina, favorecendo a regulação dos hormônios reprodutivos e a retomada da ovulação.
Quando as mudanças comportamentais não são suficientes, o uso de medicamentos como a metformina pode ser indicado. Essa droga atua melhorando a ação da insulina e reduzindo os níveis circulantes de glicose e andrógenos. Em casos mais complexos, pode-se recorrer à indução da ovulação com fármacos específicos, ou mesmo a técnicas de reprodução assistida, especialmente quando a mulher apresenta outros fatores de infertilidade ou idade mais avançada.
Planejamento reprodutivo e qualidade de vida
Tosyn Lopes enfatiza que o controle da resistência insulínica vai muito além da fertilidade. Mulheres que tratam essa condição adequadamente não apenas aumentam suas chances de engravidar, mas também reduzem significativamente o risco de complicações gestacionais, como diabetes gestacional, hipertensão e pré-eclâmpsia. O planejamento reprodutivo deve considerar essas variáveis para garantir uma gestação saudável desde o início.
O suporte de profissionais especializados é fundamental para orientar cada etapa do processo, personalizar o tratamento e oferecer acompanhamento contínuo. A resistência insulínica não é uma sentença de infertilidade, mas sim um desafio que, com as abordagens corretas, pode ser superado com sucesso.
Autor: Valentin Vasilenko
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