Uma fiscalização do Sindicato dos Rodoviários paralisou parte da frota de ônibus da empresa Marechal, na manhã desta segunda-feira (25), na garagem de Ceilândia, no Distrito Federal. Segundo aplicativo da Secretaria de Mobilidade (Semob), 121 veículos da empresa não tinham saído para as ruas até as 12h30.
À TV Globo, funcionários da empresa disseram que foram proibidos de sair com veículos que têm problema no sistema que impede que as portas se abram enquanto o automóvel estiver em movimento.
Segundo o sindicato, a ação ocorre após um acidente envolvendo uma passageira (veja detalhes abaixo). Já a empresa Marechal diz que a medida é retaliação contra a demissão de dois funcionários, e que “a manutenção é realizada regularmente e os carros estão aptos para operação”.
A Semob afirmou que uma equipe da pasta esteve na garagem da empresa para apurar o ocorrido e que, caso falhas na operação sejam identificadas, serão aplicadas as penalidades previstas em contrato.
“Todos os veículos da frota do Sistema de Transporte Público Coletivo do DF passam por vistorias obrigatórias e fiscalizações em campo”, afirmou a pasta.
Ainda de acordo com a empresa, o serviço será retomado o mais rápido possível. Na última sexta-feira (22), a fiscalização já havia sido realizada na garagem da Marechal em Taguatinga, segundo um motorista ouvido pela reportagem.
Usuários do transporte público da capital podem fazer denúncias na ouvidoria do GDF em caso de irregularidade nos ônibus, pelo número 162 ou pelo site ouvidoria.df.gov.br. Data, horário, número do veículo e problema identificado devem ser incluídos na reclamação.
Acidente
De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, há duas semanas, a porta abriu enquanto um ônibus estava em movimento, na avenida Hélio Prates, em Taguatinga. Uma passageira caiu e morreu no hospital horas depois, afirma a categoria.
Um motorista que não quis se identificar disse que o sistema “anjo da guarda”, que impede a abertura das portas em movimento, tem problemas constantes nos veículos da Marechal, e que isso afeta o funcionamento dos ônibus. Ele afirmou ainda que, por causa dos problemas, muitos motoristas desligam o sistema de segurança
“[O sistema] tira a aceleração do carro. Você não sai do lugar com o veículo. Isso acontece direto. É por essa e outras que, às vezes, o motorista vai lá, no fusível, no sensor, tira ele para seguir viagem. É isso que acontece”, conta.
