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Por que tantas fábricas de tecnologia estão na Ásia?

Países da região estão entre os que mais cresceram no passado recente, tanto em economia quanto em tamanho da população

O continente asiático concentra algumas das maiores fábricas de tecnologia do mundo. A título de exemplo, gigantes como Apple, Microsoft e Samsung têm na Ásia alguns de seus mais importantes centros de produção. Mas porque, afinal, as empresas escolhem a região para sediar suas fábricas?

O primeiro motivo é uma população que cresce cada vez mais – e usa cada vez mais a internet. Somente o sudeste asiático, com seus 665 milhões de habitantes, correspondem a cerca de 8,5% da população mundial.

E, embora cada país tenha um nível diferente de desenvolvimento, o continente como um todo apresenta uma grande variedade de oportunidades para o estabelecimento de tecnologias e novos modelos de negócio.

Para início de conversa, uma abundância de mão de obra barata de baixa qualificação faz com que muitos empregadores recorram ao continente em busca de redução de despesas no quadro de funcionários.

Mas outras características populacionais do continente, como a renda, também pesam na conta. De acordo com a McKinsey, a região deve contar com mais de 160 milhões de lares de uma classe média cada vez mais consumista até 2030. Junto a este crescimento populacional, aumenta também o engajamento dos cidadãos nos meios digitais.

Se, apenas uma década atrás, quatro em cada cinco países do sudeste asiático não tinha acesso pleno à internet, hoje, na mesma região, 90% dos internautas usam seu telefone para ficar online.

Economia em ascensão atrai investimentos
A economia asiática é uma das que mais cresceu no mundo no passado recente, mesmo com os recentes dados de desaceleração do crescimento na China. Um levantamento do FMI mostra que a tendência de crescimento anual do PIB desde 1980 para países do sul e sudoeste asiático foi de, respectivamente, 6,4% e 5%, enquanto a média mundial foi de 3,2%.

Além disso, medidas de incentivo promovidas por governos, como isenções de vistos e impostos, fazem com que países como Singapura e Tailândia se tornem verdadeiros paraísos para as startups.

Segundo a Associação das Nações do Sudoeste Asiático (ASEAN), da qual os dois países fazem parte, o número de startups na área que arrecadaram mais de US$ 1 milhão em financiamento quase triplicou, indo de 652 para 1.920 entre 2015 e 2021. A taxa que 85% maior do que na Europa e 65% acima do Estados Unidos durante o mesmo período.

Os unicórnios da região – startups com valor de US$ 1 bilhão ou mais – também cresceram rapidamente, passando de dois em 2014 para 46 em 2021.

E segundo a própria ASEAN, medidas de facilitação de investimentos, apesar de já amplamente empregadas, ainda devem avançar na região, principalmente em quesitos como transparência e regulação. Isso deve aquecer mais ainda o mercado regional e atrair cada vez mais investidores externos.

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