O Brasil está dando passos significativos para se posicionar de maneira competitiva na corrida global das tecnologias quânticas. A criação do primeiro Laboratório de Tecnologias Quânticas no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio de Janeiro, marca um momento crucial para o desenvolvimento da ciência e da inovação tecnológica no país. Este laboratório tem como principal objetivo acelerar a fabricação, caracterização e operacionalização de dispositivos quânticos, como os famosos bits quânticos, fundamentais para o avanço da computação quântica, comunicação e sensores quânticos.
Com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o CBPF agora conta com um equipamento sofisticado, o refrigerador de diluição, que pode alcançar temperaturas extremamente baixas, próximas ao zero absoluto. Esse refrigerador é essencial para a operação de chips quânticos, que necessitam de um ambiente extremamente frio para garantir a estabilidade das partículas quânticas. Além disso, o laboratório conta com uma evaporadora que é responsável pela produção física dos dispositivos quânticos, colocando o Brasil em um patamar avançado na pesquisa e desenvolvimento dessas tecnologias.
O novo laboratório de tecnologias quânticas do CBPF tem a missão de se destacar nas três principais áreas da tecnologia quântica: computação quântica, comunicação quântica e sensores quânticos. Essas áreas são fundamentais para transformar a forma como tratamos dados e informações, além de revolucionar setores como segurança cibernética, medicina e telecomunicações. Com a construção desse laboratório, o Brasil se prepara para se tornar um centro de excelência na pesquisa quântica, o que contribuirá significativamente para o fortalecimento da indústria tecnológica no país.
De acordo com Ivan S. Oliveira, pesquisador líder do CBPF, o laboratório não só facilitará a fabricação de chips quânticos baseados em tecnologia supercondutora, como também permitirá a criação de outros dispositivos inovadores, como amplificadores paramétricos, magnetômetros SQUIDs, detectores de fótons e circuladores. Esses dispositivos são componentes-chave na infraestrutura necessária para uma computação quântica eficiente. A criação desse centro de pesquisa é um passo essencial para o Brasil conquistar sua independência no campo das tecnologias quânticas e aumentar sua competitividade no cenário internacional.
O investimento em tecnologias quânticas é considerado estratégico por especialistas, especialmente se levarmos em conta que os países mais desenvolvidos, particularmente no hemisfério norte, já têm investido bilhões de dólares nessa área. Estima-se que até o ano de 2024, o investimento global em tecnologias quânticas ultrapasse os 43 bilhões de dólares. O Brasil, portanto, não pode ficar para trás. Além de promover o avanço científico, o laboratório também contribui para a formação de uma nova geração de cientistas, engenheiros e tecnólogos especializados nas tecnologias quânticas, o que é essencial para garantir a sustentabilidade desse campo no futuro.
A estrutura do laboratório será fundamental para avançar em quatro grandes linhas de pesquisa. A primeira delas é a produção de chips quânticos e outros dispositivos baseados em junções Josephson, uma tecnologia central para a computação quântica. A segunda linha de pesquisa foca na óptica quântica e comunicação quântica, áreas que têm ganhado destaque nos últimos anos devido ao potencial de garantir uma comunicação extremamente segura. Por fim, a pesquisa sobre sensores quânticos à base de diamante, uma tecnologia que tem atraído a atenção internacional, também estará presente no escopo do laboratório, trazendo inovações para as mais diversas áreas de aplicação.
Além disso, o laboratório terá um impacto direto no desenvolvimento de tecnologias de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), uma técnica já consolidada no CBPF e utilizada há mais de 20 anos no processamento da informação quântica. Essa expertise em RMN permitirá ao laboratório contribuir com novos avanços nas aplicações médicas e em outras áreas da ciência. O fortalecimento de diferentes linhas de pesquisa e o avanço da infraestrutura necessária para realizar experimentos quânticos colocam o Brasil em uma posição de destaque para os próximos anos.
O apoio financeiro de instituições como a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Petrobras têm sido cruciais para a implantação e operação do laboratório. Esse financiamento é um reflexo do reconhecimento da importância das tecnologias quânticas e do papel do CBPF na formação de um ambiente de pesquisa robusto e inovador no Brasil.
O futuro das tecnologias quânticas no Brasil está agora mais promissor do que nunca. Com a criação do Laboratório de Tecnologias Quânticas, o país está se posicionando estrategicamente para se tornar um líder mundial na área. O desenvolvimento dessas tecnologias não só contribuirá para a inovação em várias indústrias, mas também fortalecerá a base científica e tecnológica do Brasil, permitindo que o país colha os benefícios dessa revolução tecnológica nas próximas décadas. O Brasil avança de maneira sólida na corrida das tecnologias quânticas, estabelecendo as bases para um futuro de inovação e excelência científica.
Autor: Valente
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital
